De um importante advogado de Brasília, com larga experiência em causas no STF e nos tribunais superiores, ao analisar a situação falimentar da maioria dos clubes de futebol do país:
” Alguns clubes de futebol brasileiros parece não ter percebido a virada do milênio. Valem-se , ainda, de antigos e ultrapassados sistemas de gestão, mais ineficazes que os velhos caderninhos das antigas lojas de secos & molhados. O futebol é hoje o esporte que mais movimenta dinheiro no planeta, justamente pela (ainda) incerteza de que o melhor vá vencer. Atentos à paixão, os grandes empresários da bola inflacionaram o salário dos atletas, aumentaram assustadoramente o valor das quotas de TV e venderam a peso de ouro os espaços de patrocínio.
No Brasil alguns gigantes se apequenaram e perderam o bonde da história. Dirigentes amadores, contratações nebulosas, nepotismo, contratos de gaveta e empréstimos recebidos de empresários que se tornam ‘donos’ das grandes promessas que migram para a Europa por fortunas impensáveis. Grande parte desse vício está no setor jurídico das agremiações, já que um diretor voluntário presta serviços que deixam a desejar e os prejuízos crescem como uma bola de neve.
Contratos complexos, transações internacionais, quotas de TV, relações de trabalho, recolhimento e parcelamento de tributos, além um leque imenso de questões jurídicas batem às portas dos clubes e demanda especialistas para cada matéria. Por mais que o jurista seja preparado e competente, a especialização é fundamental e quem não foi na onda, dificilmente se manterá de pé.
O caso do Cruzeiro de Belo Horizonte, que os jornais divulgam todos os dias, é o melhor exemplo a evitar.
Bola pra frente!”