Certamente você já acompanhou alguma eleição nos Estados Unidos, não é mesmo? E, provavelmente, ficou um pouco confuso com o processo eleitoral no país norte-americano. Afinal, ele tem algumas diferenças se comparado com o nosso. No Brasil, por exemplo, os cidadãos votam diretamente nos candidatos que são escolhidos e lançados pelos partidos políticos. Já nos EUA, os partidos selecionam delegados que compõem o Colégio Eleitoral, e é nesse Colégio Eleitoral que a população vota. Os delegados são, portanto, quem de fato escolhe o presidente e o vice-presidente.
Em relação aos partidos políticos, também existem algumas diferenças se compararmos com nosso país. Nos Estados Unidos, apenas dois se destacam: o Partido Republicano e o Partido Democrata. Enquanto nos EUA são os partidos que decidem quem serão os concorrentes na eleição, lá são os candidatos que precisam criar comitês e arrecadar fundos para a campanha ser lançada, buscando o apoio dos delegados.
Além dessas características, o processo eleitoral americano apresenta algumas outras peculiaridades bem curiosas:
O voto não é obrigatório
Enquanto no Brasil o voto é obrigatório, inclusive com pagamento de multa em caso de descumprimento da lei, o voto nos EUA é facultativo, isto é, a população pode decidir se vai votar ou não.
Partidos
Para votar, é necessário ser cidadão americano e, além disso, deve estar registrado como pertencente a um dos dois partidos vigentes ou como um independente. Não é raro encontrar americanos registrados como democratas que votam para candidatos republicanos e vice-versa.
A votação popular acontece sempre às terças-feiras
A terça-feira após a primeira segunda-feira de novembro é a data oficial das eleições americanas desde 1845! Esse dia era ideal naquela época, pois, para muitos que moravam na área rural, era necessário ao menos 1 dia para chegar aos locais de votação, além de ter tempo adequado para o retorno. Assim, as votações não interferiam também os dias usados para ir à igreja nem o dia de feira.
Votação do espaço
No Texas, desde 1997, astronautas que estão fora do planeta Terra no período de eleição podem votar do espaço. Segundo a NASA, eles votam através de um e-mail seguro com credenciais específicas, que são mais tarde transcritas para a cédula de votação.
Os perdedores podem ser os vencedores
Em 2000, George W. Bush venceu Al Gore sem ter a maioria dos votos populares. Com meio milhão de votos a menos, o candidato conquistou 271 delegados no Colégio Eleitoral. Isso pode ocorrer pois o vencedor da eleição presidencial precisa ter a maioria no Colégio Eleitoral, mas não necessariamente na votação popular. Esse fato ocorreu outras três vezes na história americana: em 1824, 1876 e 1888.
Votos em papel
Cada Estado americano escolhe o sistema e o tipo de máquina que serão usados nas eleições, e muitos ainda têm medo que sistemas eletrônicos de votação sejam hackeados. Por isso, vários Estados optam pelo papel e usam máquinas de contagem.
Votado várias vezes
Em ao menos sete Estados, os eleitores podem mudar de ideia caso tenham votado antes da eleição – é permitido votar com até um mês de antecedência. O Estado permite que os eleitores mudem de ideia e troquem seus votos até três vezes antes do dia da eleição – mas apenas um voto é válido.