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Um título histórico do Fluminense

A publicação comemorativa dos 50 anos da conquista pelo Fluminense do Campeonato Brasileiro de 1970 é uma homenagem do site direitoglobal.com aos ilustres torcedores do clube das Laranjeiras: ministro Lélio Bentes, do TST; desembargador do TRT do Rio de Janeiro, Gustavo Tadeu Alkmin, advogado Ercílio Bezerra, ex-secretário-geral adjunto do Conselho Federal da OAB e ex-presidente da OAB de Tocantins, oftamologista Clarice Kipnis Holender, dentistas Leonardo Cuozzo, seu filho Nicolas Schmalzi Cuozzo, dentista brasiliense Ademar Tadeu, jornalista e advogado Ernani Buchmann, advogado Nicola Manna Piraino, advogado Rodolfo Hans Geller, o médico Aderbal Jurema e os jornalistas Evandro Eboli, Natalia Lambert, Gustavo Paul, Roberto Cordeiro, Sergio Machado Torres,  Feichas Martins, Sergio Bandeira de Mello, João Carlos Gonzales, José Augusto Gayoso, Tarcisio Cavalcanti, Fábio Olivera, economista Henrique Bellucio, ex-craques e campeões pelo Fluminense, Zé Roberto, Carlos Alberto Pintinho, Paulo Sérgio, Carlinhos, irmão saudoso craque Cleber, Jorge Luiz, irmão do saudoso craque Zé Maria e Edinho. A Patricia Venerando Soares, filha do eterno goleiro Félix; Paulo Xavier, irmão do nosso ponta-direita, o saudoso Wilton e ao rubro-negro Fernando Valente, filho do saudoso médico do time do Fluminense, dr Durval Valente. Ainda aos meus amigos de adolescência Luiz Aquino e seus irmãos Mauro (Cabeção) e Alexandre (Manfrini)e  o funcionário da OAB Nacional, Wilton Andrade. Uma homenagem especial ao meu querido e saudoso pai, Waldemar Henrique Tamanini, tricolor doente e que acompanhou o time do Fluminense desde 1950, quando chegou ao Rio de Janeiro procedente de Santa Teresa, no Espírito Santo, até abril deste ano quando, lamentavelmente, faleceu:

O Fluminense conquistou o seu primeiro Campeonato Brasileiro em 1970. A edição do torneio ficou marcada como a única competição que contou com a participação de todos os jogadores brasileiros campeões de uma Copa do Mundo (no México). Para celebrar essa conquista, que completa 50 anos amanhã, dia 20/12. as camisas de jogo recentemente lançadas Umbro, receberam um selo comemorativo em referência ao primeiro título do tetra.

Naquele ano, a competição se chamava Torneio Roberto Gomes Pedrosa, nos mesmos moldes do campeonato de 71, considerado, até então, um autêntico Brasileirão. Ao todo, 17 clubes participaram dessa edição do campeonato, divididos em dois grupos, um com oito times e outro com nove. Os dois melhores de cada grupo decidiriam o título em um quadrangular final em turno único. Chegaram ao quadrangular decisivo o Palmeiras, o Cruzeiro, Atlético Mineiro e Fluminense. O herói do Tricolor na conquista do título foi Adalberto Kretzer, mais conhecido como Mickey.

O goleador do Fluminense era Flávio Minuano, que havia chegado em 1969, conquistando cinco campeonatos em três anos de Laranjeiras, mas, por conta de uma contusão sofrida, Flávio foi substituído por Mickey, que era reserva até a penúltima rodada da fase de classificação da Taça de Prata. O jogador marcou três gols no quadrangular final, sendo um em cada uma das três partidas em que substituiu Flávio.

“O Flávio Minuano era o titular absoluto, e eu era o reserva dele, até que ele sofreu uma contusão, não pôde mais jogar, e eu estava pronto para entrar no time. Contra o Atlético Paranaense, fiz o gol e nós conseguimos a classificação, foi o primeiro passo”, relembra Mickey.

Na primeira partida do quadrangular decisivo, o Fluminense venceu o Palmeiras pelo placar de 1 a 0. No segundo jogo, Mickey decidiu novamente, com o placar de 1 a 0 no Cruzeiro. No dia 20 de dezembro de 1970, na última rodada da competição, o Fluminense precisava apenas de um empate para erguer o troféu, e Mickey balançou as redes novamente no empate de 1 a 1 diante do Atlético-MG. O goleiro do Atlético Mineiro era Renato, o Aranha Negra, que anos depois se notabilizou como o goleiro da Máquina do Fluminense.

“Conquistamos a autoconfiança, o grupo todo. Quando o Atlético-MG empatou, ficamos muito preocupados, pois o time do Atlético era bom, mas foi alegria, festa, volta olímpica, é inexplicável. Eu era jovem, não tinha tanta experiência, é por isso que hoje sou Fluminense e agradeço ao Fluminense”, destaca Mickey.

Conhecido como o “artilheiro paz e amor”, Mickey conta que a ideia surgiu de Samarone. “O Samarone, que era o líder, falou que quem fizesse o gol faria paz e amor para todo mundo. Depois confundiram que era um gesto hippie, mas era paz e amor”, explica Mickey.

Samarone foi um dos principais jogadores na conquista pelo título de 70. Tinha um chute potente, que ficou famoso como “os canhões de Samarone”, em referência ao filme de sucesso na época “os canhões de Navarone”. Também era conhecido como “Diabo Louro”. Foi campeão carioca pelo Fluminense em 1969 e 1971 e da Taça de Prata de 1970. O ex-jogador relembra sua chegada ao clube e o orgulho pela conquista da Taça de Prata em 1970.

“A glória de ter sido campeão brasileiro no ano de 1970, no momento mais expressivo do futebol brasileiro de todas as épocas, é motivo de muito orgulho. Campeonato conquistado com grandes vitórias, como a que foi divisor e que nos embalou no campeonato, na vitória sobre o todo poderoso Cruzeiro de Tostão, Dirceu Lopes, Piazza e cia, em uma das minhas melhores tardes no futebol. Leva-me a lembrar que tudo começou com minha chegada em 1965 aos 18 anos, momento de renovação de uma equipe campeã carioca no ano anterior, com uma boa parte de jogadores negociados e alguns tendo completado seu ciclo profissional”, relembra Samarone.

FLUMINENSE 1X1 ATLÉTICO-MG, 130.000, TAÇA DE PRATA, 20/12/1970, MARACANÃ (112.403 PAGANTES).
* Publicou O Estado de São Paulo, de 22/12/1970, pág.32: Mais de 130.000 pessoas – 112.403 que pagaram ingressos e mais de 20 mil que entraram de graça – proprocionando a renda recorde de Cr$ 525.419,50, assistiram ao jogo entre Fluminense e Atlético Mineiro.

O Tricolor foi treinado pelo rigoroso Paulo Amaral durante todo o Campeonato. Além dos tricampeões Félix e Marco Antônio, o Fluminense contava com o centroavante Flávio, artilheiro nato; o meia-atacante Samarone, craque de muita classe; e os velozes pontas Cafuringa e Lula, completando a linha de frente. Na defesa, a sólida linha formada por OliveiraGalhardoAssis e Marco Antônio era protegida por Denílson e Didi. Na reserva, ainda havia o grande centroavante Mickey, que seria decisivo após a lesão de Flávio.
Na fase inicial, o Fluminense enfrentou uma vez cada adversário, num total de 16 jogos, 8 vitórias, 4 empates e 4 derrotas. Flávio marcou 11 gols importantíssimos, 7 deles em 3 jogos na mesma semana. Confiram a lista de partidas:

26/09/1970 – Maracanã (Rio de Janeiro) – Fluminense 1 (Flávio (p)), Corinthians 0
03/10/1970 – Maracanã (Rio de Janeiro) – Fluminense 2 (Lula 2), Cruzeiro 1 (Evaldo)
07/10/1970 – Maracanã (Rio de Janeiro) – Fluminense 2 (Lula e Marco Antônio), Grêmio 1 (Paraguaio)
11/10/1970 – Maracanã (Rio de Janeiro) – Fluminense 3 (Samarone e Flávio 2 (1p)), América 0
14/10/1970 – Batistão (Aracaju) – Bahia 1 (Zé Eduardo), Fluminense 0
18/10/1970 – Ilha do Retiro (Recife) – Santa Cruz 0, Fluminense 1 (Flávio)
22/10/1970 – Maracanã (Rio de Janeiro) – Fluminense 1 (Marco Antônio), São Paulo 1 (Gérson)
25/10/1970 – Beira-Rio (Porto Alegre) – Internacional 2 (Valdomiro e Mosquito), Fluminense 0
01/11/1970 – Maracanã (Rio de Janeiro) – Fluminense 3 (Flávio, Silveira e Marco Antônio), Vasco 1 (Benetti)
04/11/1970 – Maracanã (Rio de Janeiro) – Fluminense 6 (Lula 2, Didi e Flávio 3), Ponte Preta 1 (Manfrini)
07/11/1970 – Morumbi (São Paulo) – Palmeiras 0, Fluminense 3 (Flávio 3)
12/11/1970 – Maracanã (Rio de Janeiro) – Botafogo 1 (Paulo Cezar Lima), Fluminense 1 (Mickey)
18/11/1970 – Pacaembu (São Paulo) – Santos 1 (Abel), Fluminense 0
22/11/1970 – Maracanã (Rio de Janeiro) – Flamengo 1 (Zanata (p)), Fluminense 1 (Cafuringa)
29/11/1970 – Mineirão (Belo Horizonte) – Atlético Mineiro 3 (Ronaldo, Vaguinho e Vanderlei), Fluminense 1 (Samarone)
06/12/1970 – Belfort Duarte (Curitiba) – Atlético Paranaense 1 (Valmor), Fluminense 1 (Mickey)

O quadrangular final foi disputado por quatro verdadeiros timaços, os melhores da primeira fase: Fluminense, Palmeiras, Cruzeiro e Atlético Mineiro. Com duas vitórias e um empate, obtidos através de 3 gols do reserva Mickey, o Tricolor sagrou-se campeão brasileiro pela primeira vez em sua história:
13/12/1970 – Maracanã (Rio de Janeiro) – Fluminense 1 (Mickey), Palmeiras 0
16/12/1970 – Mineirão (Belo Horizonte) – Cruzeiro 0, Fluminense 1 (Mickey)
20/12/1970 – Maracanã (Rio de Janeiro) – Fluminense 1 (Mickey), Atlético Mineiro 1 (Vaguinho).