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25 anos do massacre de Carajás

A chacina que ceifou a vida de 21 camponeses no município de Eldorado do Carajás, no sudoeste do Pará, completa 25 anos hoje (17/04). Apenas dois oficiais que comandaram a operação foram condenados na justiça.

O coronel Mário Colares Pantoja, que comandava na época uma companhia independente da Polícia Milita do Pará, foi condenado a 158 anos de prisão. Pantoja, que cumpria prisão domiciliar e era monitorado por tornozeleira eletrônica, morreu em novembro de 2020.

Além de Mário Pantoja, o major José Maria Pereira Oliveira também foi condenado pelo massacre. Eles ficaram em liberdade por 16 anos e foram presos em 2012. Pantoja ficou quatro anos preso em regime fechado, mas conseguiu autorização para cumprir prisão domiciliar, alegando motivos de saúde.

Em abril de 1996, cerca de 3,5 mil famílias sem-terra ocupavam a Fazenda Macaxeira, em busca de um pedaço de chão para plantar e sobreviver.

As regras têm como objetivo proteger o investimento que a Folha faz na qualidade de seu jornalismo. Se precisa copiar trecho de texto da Folha para uso privado, por favor logue-se como assinante ou cadastrado.Representantes do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) garantiram aos trabalhadores a desapropriação da área para a reforma agrária. O cenário mudou quando um laudo considerou a propriedade como produtiva, beneficiando o latifundiário que se dizia dono da fazenda.

Em protesto, mais de 1,5 mil camponeses começaram uma marcha pela rodovia BR-155 com destino a Belém. Os trabalhadores questionavam a veracidade do laudo e tentavam pressionar as autoridades públicas.

No dia 17 de abril, próximo a área de Eldorado conhecida como “curva do S”, foram cercados por um contingente de 155 homens da Polícia Militar (PM) de Pará. O protesto terminou naquele momento, sob gritos, choro e sangue.