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Presos investem em reforma de escola pública

Assim que a 13ª escola pública estadual de Mato Grosso do Sul estiver com a obra concluída, serão mais de R$ 3 milhões de dinheiro dos presos investido na reforma geral de colégios. Além disso, em oito anos, os cofres públicos economizaram mais de R$ 11 milhões. Os valores são resultantes do trabalho realizado por reeducandos do regime semiaberto de Campo Grande no projeto “Revitalizando a Educação com Liberdade”, do Tribunal de Justiça de MS, por meio da 2ª Vara de Execução Penal de Campo Grande.

Em novembro de 2021, os detentos iniciaram a reforma da 13ª escola pública estadual contemplada pela ação. Assim começou a revitalização da Escola Estadual Profª Joelina de Almeida Xavier, localizada no Jardim Guanabara, na Capital. O projeto que utiliza mão de obra e dinheiro dos presos para a execução e custeio da obra, é realizado em parceria com a Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen-MS), Conselho da Comunidade e a Secretaria de Educação do Estado de MS (SED), entre outros parceiros.

No total, nesta escola a previsão de investimento é de R$ 680 mil para o custeio de todo o material necessário para a reforma hidráulica e elétrica do prédio, pintura completa, instalação de nova cobertura metálica, construção de uma biblioteca, de um local apropriado para armazenar alimentos, reforma de banheiros, jardinagem, etc.

O recurso é arrecadado com o desconto de 10% dos salários dos detentos que trabalham, via convênio na Capital. Desde primeira reforma o valor investido já ultrapassa R$ 3 milhões de dinheiro dos presos. E o trabalho é muito grande, pois as escolas recebem quadras, coberturas novas, bibliotecas e muito mais.

Desta obra participam 25 reeducandos do regime semiaberto do Centro Penal Agroindustrial da Gameleira. E um deles é Erivaldo Barbosa Venâncio, preso aos 18 anos, que ficou pouco mais de um ano em liberdade e reincidiu. Ele não tinha profissão. Erivaldo está de volta ao sistema penal há nove anos, mas aguarda com ansiedade o final da condenação para voltar ao convívio familiar.