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Uma justa homenagem a Paulo Diniz

O presidente do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano (IAHGP), advogado Silvio Tavares de Amorim (OAB-PE 07906) irá participar hoje (10), na rua da Farroupilha, localizada no bairro San Martin, em Recife, da cerimônia de aposição da placa em azulejo em homenagem ao cantor pesqueirense Paulo Diniz. A homenagem será prestada pelos seus amigos do rádio a convite de outro pesqueirense, Geraldo Freire. Pesqueira, cujo lema é “Terra da graça, do doce e da renda” é um município no agreste do estado, situado no Vale do Ipojuca, distante a 215 km de Recife. É sede da Diocese de Pesqueira, cuja sé episcopal está na Catedral Santa Águeda. Pesqueira completa 142 anos na próxima quarta-feira, dia 20.

Diz a placa em homenagem a Paulo Diniz: “aqui nasceu o cantor e compositor Paulo Diniz em 24 de janeiro de 1940. Filho de Pesqueirq/PE e ídolo do Brasil. Sucessos de Paulo Diniz que o Brasil cantar: Pingos de amor, Eu quero é voltar pra Bahia, José, O meu amor chorou, Um chopp pra distrair, Piripiri, Viola no paletó, Vou-me embora, Ponha um arco-íris na sua moringa, Capim da lagoa. Homenagem dos seus conterrâneos, amigos e admiradores”.

Filho de Vanderlon Diniz, Paulo Diniz, dos 12 aos 16 anos trabalhou numa fábrica de doces da sua cidade natal Pesqueira, no interior pernambucano. Mais tarde mudou-se para o Recife, onde tentou ganhar a vida engraxando sapatos, como crooner e baterista em casas noturnas, locutor de casas comerciais e, em seguida, locutor e ator da Rádio Jornal do Commercio, de onde foi demitido por pronunciar um nome errado. Do Recife, seguiu para Caruaru, e, depois, para Fortaleza, onde atuou como locutor e ator de rádio e televisão. Em 1964 foi para o Rio de Janeiro, onde consultou a Rádio Tupi e passou a compor com mais frequência. Sua primeira gravação saiu em 1966, com a canção O Chorão.

Em 1966, no auge da Jovem Guarda, lançou seu primeiro disco, e o iê-iê-iê “O Chorão” se tornou sucesso nacional. Em 1970, compôs, em parceria com o amigo Odibar, o hino de protesto “Quero Voltar Pra Bahia”, cujos versos carregados de saudade prestavam homenagem a Caetano Veloso, que se encontrava exilado em Londres. A canção alcançou os primeiros lugares das paradas em todo o país e se tornou uma espécie de hino, canção-símbolo de uma época conturbada da história política e social do Brasil.

Quatro anos depois lançou dois LPs, e em seguida dedicou-se à tarefa de musicalizar poemas de língua portuguesa de autores como Carlos Drummond de Andrade (E Agora, José?), Gregório de Matos (Definição do Amor), Augusto dos Anjos (Versos Íntimos), Jorge de Lima (Essa Nega Fulô) e Manuel Bandeira (Vou-me Embora pra Pasárgada). Suas canções foram gravadas por Clara Nunes, Emílio Santiago, Simone e outros cantores. Entre seus sucessos destacam-se “Pingos de Amor”, gravado por vários intérpretes, “Canoeiro”, “Um Chopp pra Distrair” e “Ponha um arco íris na sua moringa”, mas o sucesso que o consagrou foi a canção “Quero Voltar Pra Bahia”.

Entre 1987/1996, em decorrência de graves problemas de saúde que quase o deixaram paralítico, não gravou nenhum disco. Parcialmente recuperado, em 1997 retomou a carreira, quando novamente já tinha residência fixa no Recife. Atualmente, residindo no Recife, faz apresentações por várias cidades e capitais do nordeste brasileiro, com a mesma voz vibrante de antes, porém numa cadeira de rodas, já que a doença que quase o paralisou nos anos 80 retornou a partir de 2005, e dessa vez paralisou seus membros inferiores.

O IAHGP desenvolve o projeto “Paredes que contam a história” com painéis em azulejos tipografados, aplicados em paredes de visualização pública, com informes de relevância histórica sobre logradouros, edifícios e monumentos da cidade e seus distritos. Visa, assim, divulgar a identidade referencial de Pernambuco e sua importância no cenário estadual e nacional. Com a participação de empresas, profissionais liberais, famílias e outros segmentos da sociedade civil, o projeto consolida-se cada vez mais, contribuindo significativamente na preservação do rico legado histórico para as novas gerações. É, também, convite ao estudo de múltiplas tradições e manifestações culturais, e de belezas naturais que lhe conferem inegável vocação turística.

Ao longo desde o inicio do Projeto, foram afixados até agora inúmeras painéis, com excelente repercussão perante o público, por embelezar, valorizar a cidade e enriquecer culturalmente todos que os leem. Dentro dos seus propósitos, portanto, está o registro na História de Pernambuco e do Brasil.

O IAHGP é o Instituto estadual mais antigo do Brasil. Ao longo dos seus 158 anos de existência ininterrupta, constituiu-se num referencial nacional e internacional. Seus acervos (biblioteca, arquivo e museu) e sua Revista representam uma fonte inesgotável para pesquisadores de várias áreas do saber. Autêntica casa de Pernambuco, o IAHGP é baluarte de defesa da história e da cultura do povo pernambuca