O fazendeiro e ex-prefeito de Unaí (MG), Antério Mânica foi condenado a 64 anos de prisão, em regime fechado, pela morte dos três fiscais e do motorista do Ministério do Trabalho no caso que ficou conhecido como Chacina de Unaí, em 2004. A sentença foi lida pela juíza federal Raquel Vasconcelos Alves de Lima na tarde de hoje (27/5), no Tribunal do Júri que ocorre na sede da Justiça Federal, no Bairro Santo Agostinho, Região Centro-Sul de Belo Horizonte. O conselho de sentença composto por sete jurados, sendo cinco mulheres e dois homens, entendeu que o réu é culpado por homicídio triplamente qualificado.
Em 28 de janeiro de 2004, Eratóstenes de Almeida Gonçalves, João Batista Soares Lage e Nelson José da Silva foram assassinados a tiros em uma emboscada quando investigavam condições análogas à escravidão na zona rural de Unaí, incluindo as propriedades da família Mânica. O motorista Ailton Pereira de Oliveira, que acompanhava o grupo, também foi morto.
Além de Antério Mânica, o irmão dele, Norberto, foi condenado como outro mandante da chacina. Ele, porém, está em liberdade. Outros condenados pelos crimes foram Hugo Alves Pimenta, José Alberto de Castro, Erinaldo de Vasconcelos Silva, Rogério Alan Rocha Rios e Willian Gomes de Miranda, que cumprem pena na prisão.
O saudoso ministro Francisco Fausto era o presidente do TST na época. Fausto condenou duramente na época o brutal assassinato dos três fiscais e do motorista do Ministério do Trabalho. Também falecido, o advogado Rubens Approbato Machado era o presidente nacional da OAB. Três dias depois assumia a presidência do Conselho Federal da OAB o advogado Roberto Busato que manteve as críticas duras ao caso durante todo os três anos do seu mandato.