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Uma década sem Millor Fernandes

O escritor, humorista e carioca Millôr Fernandes foi homenageado com uma placa instalada no Largo do Millôr, no Arpoador, na zona sul da cidade do Rio de Janeiro, no trecho em frente à faixa de areia onde se pratica frescobol. Millôr foi pioneiro nesse esporte, criado em Copacabana em meados dos anos 1940 e sucesso nas praias até os dias de hoje.

A homenagem a Millôr lembra os dez anos sem o carioca, morto em 2012, e atende ao pedido de um grupo de amigos dele, como artistas, advogados etc … Millôr Fernandes foi um dos fundadores do jornal O Pasquim e publicou mais de 30 livros. Seu humor ácido e sua visão cética do mundo estão presentes em obras como a peça “Liberdade, liberdade” e os livros “Fábulas fabulosas”, “Poesia matemática” e “A verdadeira história do Paraíso”.

Além da placa em homenagem a Millôr, também faz parte da paisagem do local a escultura criada pelo arquiteto e urbanista Jaime Lerner, cuja manutenção é de responsabilidade da Gerência de Monumentos e Chafarizes, vinculada à Conservação. A peça é formada por uma chapa de aço corten que traz a silhueta de Millôr Fernandes, em desenho de Chico Caruso. Um banco de madeira complementa o conjunto, tornando possível a interação com a obra, inaugurada em 2013.

Filho do imigrante espanhol Francisco Fernandes e da brasileira Maria Viola Fernandes, Millôr nasceu em 16 de agosto de 1923 no subúrbio carioca do Méier. Entre 1931 e 1935, Millôr cursa o ensino básico na Escola Enes de Sousa, no Méier. Da professora Isabel Mendes guardou, como costumava dizer, a lição definitiva: o prazer de aprender. Mais tarde a escola pública seria renomeada em homenagem à educadora, mas para Millôr aquela seria para sempre a “Universidade do Meyer”. A escola fica localizada na rua Joaquim Meier número 293.

Com a morte dos pais, Millôr foi morar com a avó num quarto no fundo do quintal da casa do tio materno Francisco, na longínqua Estrada Nova da Pavuna.Millôr considerava o dia 15 de março de 1938 como o início de sua profissão de jornalista; foi quando passou a trabalhar na revista O Cruzeiro.

No início de fevereiro de 2011, Millôr foi internado na clínica São Vicente, no Rio. Dois dias depois, em 18 de fevereiro, é revelado que Millôr sofrera um acidente vascular cerebral isquêmico. Inconsciente, fora mantido até então no CTI, mas com a melhora no quadro de saúde foi retirado dos aparelhos de respiração e transferido para um quarto intermediário. Ele passa os cinco meses seguintes internado, recebendo alta no dia 28 de junho. Dois dias depois de ir para casa, volta a se sentir mal, sendo internado na Clínica de Saúde São José, onde permanece outros cinco meses.[27]

Na noite do 27 de março de 2012, Millôr morre em seu apartamento em Ipanema, em decorrência de falência múltipla dos órgãos e parada cardíaca; o fato só é divulgado à imprensa por seu filho Ivan no dia seguinte. Sob grande comoção de figuras públicas, o corpo é velado na manhã do dia 29 no Cemitério Memorial do Carmo, e à tarde cremado em cerimônia restrita a cerca de 40 pessoas no Cemitério do Caju, no Rio de Janeiro.