Carlos Gardel, o mais famoso dos cantores de tango da história, morreu há 87 anos no dia 24 de junho de 1935, em Medelin, na Colômbia. Gardel é o mais genuíno ícone do tango. Foi compositor, intérprete e ator de inúmeras canções e musicais. Com ele, o cadenciado ritmo portenho ganhou uma faceta mais romântica e deu volta ao mundo. Gardel foi um personagem emblemático em vida e sua trágica e prematura morte terminou de potencializar o mito. Ainda hoje, continua sendo uma das personalidades mais queridas da Argentina. Seus seguidores costumam dizer que ele “canta cada dia melhor”.
Gardel realizou mais de 800 gravações nos seus cerca de 20 anos de carreira. Embora tenha composto a música de alguns de seus tangos (contando com parceiros como Alfredo Le Pera para a composição das letras), grande parte de seu repertório também se baseou na interpretação de tangos de outros compositores. Foram muitos os sucessos que emplacou, especialmente os dos últimos anos como “Mi Buenos Aires querido”, “Por una cabeza”, “Volver” e “El día que me quieras”.
Diz a história que Carlos Gardel nasceu Charles Romuald Gardes no dia 11 de dezembro de 1890, em Toulouse, França. Filho de pai desconhecido, chegou a Buenos Aires com sua mãe Berthe Gardes quando tinha apenas 2 anos. No entanto, sempre existiu controvérsia sobre esses dados, já que outros conhecedores defendem que Gardel nasceu no município uruguaio de Tacuarembó alguns anos antes. O certo é que morou boa parte de sua vida no bairro portenho do Abasto, o que lhe valeu o apelido de “El morocho del Abasto” (“O moreno do Abasto”). Teve uma infância pobre e desde cedo fez pequenos bicos.
Começou a cantar ainda muito jovem com o nome artístico de Carlos Gardel. Em 1911, formou uma dupla de música folclórica com o cantor uruguaio José Razzano. O reconhecimento veio em 1914, quando passaram a se apresentar regularmente no prestigioso cabaré Armenonville, em Buenos Aires. No ano de 1917, Gardel e Razzano se tornaram os primeiros intérpretes de tango com a canção “Mi noche triste”, já que na época o tango era somente instrumental. A partir de então, passaram a incluir esse ritmo em seu repertório. No mesmo ano, Gardel protagonizou seu primeiro filme, o mudo “Flor de durazno” (“Flor de pêssego”). Em 1923, se nacionalizou argentino, fazendo jus a outro de seus famosos apelidos: “El zorzal criollo” (algo assim como “sabiá das pampas”).
Quando a dupla se separou em 1925, Gardel já era popular na América Latina, na Espanha e na França. Porém, 1927 foi o ano de sua consagração na Europa, alcançando enorme sucesso especialmente em Paris. Em 1931 e 1932, foi contratado pelo estúdio de cinema Paramount para protagonizar quatro filmes rodados na cidade de Joinville, França. Em três deles contou com a colaboração do letrista Alfredo Le Pera.
Gardel faleceu em 24 de junho de 1935, no auge da carreira, devido a um desastre aéreo ocorrido na cidade colombiana de Medellín durante uma turnê latino-americana. Não se casou nem teve filhos, mas manteve um amor devocional por sua batalhadora mãe, a quem deixou toda a sua herança.