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Carmo Antonio explica alta da violência na região norte

Das 27 capitais do país, 21 tiveram queda no número de mortes violentas entre 2021 e 2020. É o que mostram dados divulgados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública. Entre as capitais, apenas seis tiveram alta: Manaus (48,9%), Macapá (31,2%), Boa Vista (9,9%), Porto Velho (8,6%), Teresina (9,5%) e Salvador (3,4%). Chama a atenção que, das seis, quatro estão no norte, única região do país que teve aumento na violência no ano passado (9%).

O ex-presidente do Tribunal de Justiça do Amapá, desembargador Carmo Antonio explica os motivos desse crescimento:

“Enquanto na maioria das capitais brasileiras ocorreu a redução no número de morte violenta, infelizmente em Amapá houve acréscimo de 31,2% (trinta e um vírgula dois por cento).

As explicações para o aumento da criminalidade violenta em nosso Estado, especialmente em Macapá, são as mesmas que geraram esse aumento em outras capitais da região norte e nordeste. O acréscimo está ligado à associação ao narcotráfico, aos crimes ambientais (grilagem de terra, garimpo, e desmatamento ilegal), à falta de integração entre as autoridades locais e nacionais e à disputa por espaço entre as facções criminais. Em conversas que tenho tido com os agentes que labutam nas forças de segurança as questões ambientais em Macapá não possuem a relevância que tem em Estados como o Pará e Amazonas em que as mortes ocorrem com relativa frequência.

Em Macapá o destaque negativo está vinculado à associação ao narcotráfico, à falta de integração das autoridades municipais, estaduais e federais e principalmente à disputa de territórios entre as facções.

O Amapá tem três facções que se destacam: A Família Terror Amapá, Amigos Para Sempre e União do Crime do Amapá. Também já há provas de ligação delas com o PCC – Primeiro Comando da Capital e Comando Vermelho.

Tudo isso, acrescentado de disputas locais, em minha opinião, tem levado a esse acréscimo expressivo”.