Cantora e compositora brasileira, considerada uma das maiores e melhores intérpretes do país, se estivesse viva Clara Francisca Gonçalves Pinheiro, nome artístico de Clara Nunes, completaria amanhã (12/08), 80 anos. Nascida na cidade mineira de Paraopeba, Clara Nunes morreu no Rio de Janeiro em 2 de abril de 1983. Em 5 de março de 1983, a cantora submeteu-se a uma aparentemente simples cirurgia de varizes, mas acabou tendo uma reação alérgica a um componente do anestésico. Sofreu uma parada cardíaca e permaneceu durante 28 dias internada na UTI da Clínica São Vicente, no Rio de Janeiro. Na madrugada do sábado de Aleluia de 2 de abril de 1983, a quatro meses de seu 41º aniversário, foi declarada morta em razão de um choque anafilático.
A sindicância aberta pelo Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro na época foi arquivada, o que geraria por muitos anos suspeitas sobre as causas da morte da cantora. O corpo da cantora foi velado por mais de 50 mil pessoas na quadra da escola de samba Portela. O sepultamento no Cemitério São João Batista foi acompanhado por uma multidão de fãs e amigos. Em sua homenagem, a rua em Oswaldo Cruz onde fica a sede da Portela, sua escola de coração, recebeu seu nome (antiga Rua Arruda Câmara).
Pesquisadora da música popular brasileira, de seus ritmos e de seu folclore, também viajou para muitos países representando a cultura do Brasil. Conhecedora das músicas, danças e das tradições africanas, ela se converteu à umbanda e levou a cultura afro-brasileira para suas canções e vestimentas. Foi uma das cantoras que mais gravaram canções dos compositores da Portela, sua escola de samba de preferência. Também foi a primeira cantora brasileira a vender mais de cem mil discos, derrubando um tabu segundo o qual mulheres não vendiam discos. Durante toda a sua carreira, vendeu quatro milhões e quatrocentos mil discos.
Foi considerada pela revista Rolling Stone como a nona maior voz brasileira e, pela mesma revista, quinquagésima primeira maior artista brasileira de todos os tempos.