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Ruy Barbosa, cem anos de sua morte

Senador por cinco mandatos, um recorde, o baiano Ruy Barbosa morreu há exatos 100 anos, em Petrópolis (RJ), no dia 1º março de 1923. Ruy Barbosa defendeu o fim da escravidão, a substituição da Monarquia pela República e, insatisfeito com os rumos do novo regime, disputou duas vezes a Presidência da República como uma espécie de anticandidato. Apoiou causas de outros países, como a independência da Polônia. E teve participação destacada na Conferência Internacional de Paz, em 1907, na Holanda, e ficou conhecido como a “Águia de Haia”. Ruy Barbosa nasceu em Salvador, na Bahia, em 5 de novembro de 1849.

Além de senador, cargo que ocupou entre 1890 e 1923, Ruy Barbosa foi deputado, advogado, empresário, jornalista, escritor, diplomata e ministro da Fazenda e da Justiça. Com participação destacada na vida nacional em mais de 50 anos de atividade política, o Patrono do Senado é homenageado com esculturas de bronze no Plenário do Senado e no Hall dos Bustos, no Supremo Tribunal Federal.

A contribuição do jurista para o País, na visão do presidente nacional do Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB), Sydney Sanches, deve servir de instrumento para o fortalecimento da democracia. “Celebrar Rui Barbosa, que foi presidente da Casa de Montezuma, significa lembrar, passados cem anos de sua morte, que ainda perseguimos os seus ensinamentos políticos e cívicos para a construção de um país que precisa aprender a ser comprometido com os direitos fundamentais, o funcionamento da República e a autonomia de seus poderes e de suas instituições democráticas”, afirmou.

Considerado o patrono dos advogados brasileiros, Rui Barbosa foi o expoente do Direito mais brilhante de sua época. A atividade profissional notável também se estendeu para a vida pública, onde defendeu ativamente pautas relevantes para o desenvolvimento do Brasil, como a Campanha Abolicionista e a Fundação da República. Rui Barbosa também é reconhecido pela guarda fiel dos princípios éticos que defendia. Ele se empenhou na fiscalização das contas públicas e na transparência do Tribunal de Contas da União (TCU), criado por meio do decreto assinado pelo advogado, quando ocupava o cargo de ministro da Fazenda.

O trabalho intelectual de Rui Barbosa permanece orientando profissionais e estudantes de Direito. Ele é autor de obras como O dever do advogado e A imprensa e o dever da verdade. Reconhecido por sua produção e oratória, o jurista também foi membro fundador e presidente da Academia Brasileira de Letras. Dono de um legado importante para a advocacia e para a História, Rui Barbosa figura entre as grandes personalidades do Brasil e continua, cem anos após sua morte, influenciando o pensamento jurídico e político do País.