Afonso Celso Garcia Reis, mais conhecido como Afonsinho, é um histórico jogador brasileiro que brilhou no Botafogo, Santos, Fluminense e outros clubes. Foi o primeiro a conquistar o passe-livre no futebol, ou seja, ter o poder de negociar com qual clube quisesse sem ficar preso a um clube tal como os servos eram presos à terra. A conquista do passe-livre só se tornaria lei 27 anos depois, em 1998.
Afonsinho não ganhou o direito ao passe livre, teve que lutar por ele, teve de conquistá-lo. Ao rejeitar os pedidos do técnico Zagalo e da diretoria do Botafogo para que cortasse barba e cabelo, Afonsinho foi encostado no clube impedido de jogar e treinar por alguns meses. Foi desse episódio autoritário no clube carioca que começou toda a confusão que resultaria em conquista.
Ao mesmo tempo em que exercia a profissão de jogador de futebol o meia também era estudante de medicina. Talvez tenha sido a dupla profissão que tenha o inserido na vida política, pois Afonsinho encampava também as questões do movimento estudantil. “Sei que fui vigiado [pela ditadura militar], tinha umas pastas sobre mim. Em uma excursão internacional com o Santos, um jornalista teve muita hombridade de me avisar. Me procurou para dizer que tinham feito contato com ele. Queriam saber onde eu andava nas viagens. Existiam boatos de que eu procurava contato de embaixadas de países socialistas”, afirma anos depois o ex-jogador.