Rita Lee foi, que nos deixou hoje (09.05), uma revolucionária musical e as mudanças intensas aconteceram muitas vezes ao longo de sua carreira. Ela era uma artista única e gerou fatos novos e inusitados dezenas de vezes enquanto se manteve ativa na música e, muitas vezes, estes eventos nem sempre foram positivos para ela. É o caso de sua prisão durante a ditadura.
A cantora foi presa no dia 2 de setembro de 1976, uma quinta-feira. Ela foi mandada para a cadeia por um suposto uso de drogas, após uma denúncia. A polícia entrou na casa da cantora, revirou o local e informou ter encontrado 300 gramas de maconha. Rita disse depois que a substância não era sua e que havia sido plantada pela própria polícia.
No começo de sua prisão, Rita Lee foi detida no Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic). Foi neste local que Elis Regina apareceu levando pela mão seu filho João Marcello Bôscoli, então com 6 anos, no segundo dia de sua prisão.
“Quando o carcereiro falou: ‘Ô, Ovelha Negra, tem uma cantora famosa rodando a baiana, dizendo que vai chamar a imprensa. Ela quer te ver’, fiquei esperando, não sei, uma Nossa Senhora do Rock, e, de repente, vejo a Elis com o João Marcelo. Ela soltou a mão do filho e me deu um abraço. Perguntou como eu estava, disse que eu estava muito magra. Aí começou a falar duro com os policiais: ‘O que vocês estão fazendo com ela?’ “, relembrou Rita em live com Ronnie Von, em novembro de 2020.
Após duas semanas na cadeia, Rita Lee foi condenada a um ano de prisão domiciliar e multa de 50 salários mínimos. Apesar do momento difícil, a cantora não perdeu sua irreverência e deboche característicos. Em seu primeiro show depois de sair da prisão, ela se apresentou usando um figurino que simulava uma roupa de presidiária.