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A falta de água no agreste potiguar

Por Paulo Muzzolon – A chuva prolongada deste ano não foi capaz de retomar o vigor da lavoura e matar a sede do gado de agricultores familiares do agreste potiguar, a 75 km de Natal (RN) em uma região que ficou sete anos sem que uma gota tocasse o chão. O que choveu de 2021 para cá, porém, não foi o suficiente.

O calor extremo deste ano já secou a maioria dos açudes, e a água que ainda resta é quase uma lama verde que pouco sacia os animais. Quem conseguiu plantar algum milho e feijão, quase nada colheu. Poços são caros e já estão secando. Mesmo que tivessem água, ela é salobra, imprópria para o consumo humano. Homens abandonaram as famílias atrás de emprego em outras cidades e não voltaram — nem mandam dinheiro para casa. Quem ficou depende do Bolsa Família para sobreviver.

A fome assombra as periferias e população que vive nas ruas, mas também quem está longe dos olhos das cidades. Com 33 milhões de brasileiros em insegurança alimentar, ONGs buscam mobilizar a sociedade e encontrar soluções para que esta seja a década em que o Brasil conseguirá erradicar a fome.