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Epilepsia refratária

Uma decisão liminar do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) vai permitir que o pai de Benício, de 12 anos, que tem epilepsia refratária e autismo severo, plante maconha para uso medicinal em Belo Horizonte, onde mora.

Leandro Ramires, pai do menino e presidente da Associação Brasileira de Pacientes de Cannabis Medicinal, luta pelo movimento do uso do Canabidiol (CBD) para tratamento de algumas doenças há anos e comemorou a decisão. “Estou muito feliz, tem que ser o direito de um, tem que ser de todos”.

O trâmite para conseguir o remédio foi mudando ao longo dos anos. No começo, era um processo democrático, longo, tudo sempre feito por meio da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

O produto era importado e, por isso, era caro. Esse ano, chegou às farmácias do país, mas o presidente da associação explica que o valor era maior do que do CBD importado, uma média de R$ 2.500 por frasco. O produto vindo de outro país custa em média R$ 1.250 mais o valor do frente.

Benício usa três ml por dia do medicamento e um frasco dura cerca de um mês. Com a autorização de plantio, cultivo, extração e administração da Cannabis, o custo será muito menor. Mas Ramires conta que esse processo ainda deve demorar alguns meses.

Após a plantação são necessários seis meses para a planta florir e é da flor que se extrai o óleo usado. O processo é longo e após a colheita, ela morre, sendo assim preciso começar tudo de novo. “Fazer isso em casa é difícil, mas a gente vai conseguir”, conta o pai do menino.

A decisão liminar saiu quatro meses após o pedido de Leandro Ramires. Com a pandemia no novo coronavírus alguns trâmites ficaram suspensos na Justiça. De acordo com o presidente da associação, há também um pedido de habeas corpus liminar em nome da Associação Brasileira de Pacientes de Cannabis Medicinal, que atenderia a todos os associados. Mas ainda não há decisão. ( site G1)