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Divórcio no Japão

A vendedora Vanessa Futigami Martins, de 37 anos, e o assistente de linha de produção Patricio Manabe Martins, 42, são brasileiros, mas se conheceram no Japão. Em 2005, se casaram no Brasil e tiveram três filhos. Mas há dez anos decidiram se separar. Patricio voltou para o Japão e a separação amigável, naquela época, parecia impossível. Porém, com o tempo e algumas conversas, Vanessa e Patrício decidiram pelo divórcio consensual. E aí veio a dúvida: como fazer isso a 17 mil quilômetros de distância e, principalmente, com o menor custo possível? Foi quando a Defensoria entrou na história.

– É uma situação inédita para a gente aqui em Friburgo. Apesar de estarmos acostumados a realizar acordos em ambiente virtual em razão da pandemia, nunca tínhamos feito um divórcio com uma pessoa aqui e outra do outro lado do mundo. O principal desafio é ajustar o fuso horário para as conversas – brinca Larissa. – Ficamos felizes em viabilizar o acordo entre eles apesar da enorme distância física existente, pois percebemos que depois de dez anos eles poderão, em breve, virar essa página da vida deles e o melhor: de forma consensual, pela via do diálogo, sem que precisassem se deslocar e sem nenhum gasto – completou a defensora Larissa, que contou com a ajuda da estagiária Ulyana Dutra, do Núcleo de Família de Nova Friburgo.

Para Vanessa, a ajuda da Defensoria foi fundamental. Eles fizeram acordo sobre a guarda das crianças, tudo de forma amigável e à distância.

– Ele chegou a ver no Japão como seria para dar entrada lá, mas ficava muito caro. Aí, em junho, eu procurei a Defensoria pelo atendimento online do site. Ainda não saiu porque precisa fazer as traduções dos documentos dele. Está sendo até rápido e tranquilo. No início, achei que a Defensoria pudesse achar que era uma brincadeira, um trote. Mas o atendimento foi rápido e está dando tudo certo. Estou bem satisfeita – disse Vanessa.

Para Patricio, que hoje mora na cidade de Shizuoka-shi, a 180 quilômetros de Tóquio, onde trabalha numa fábrica de alimentos, tudo está saindo da melhor forma.

– Está dando tudo certo, só faltam mesmo alguns documentos meus serem traduzidos. Mas realmente foi a melhor saída que encontramos porque de outra forma seria muito caro para nós – afirmou Patrício. ( Fonte: Diário do Rio)