Um torcedor do Fluminense morreu e outro ficou ferido após serem baleados em um bar lotado de pessoas, próximo ao estádio do Maracanã, na noite deste sábado (1º). O atirador, identificado como Marcelo de Lima, é um Inspetor de Polícia Penal que estava de folga. Marcelo foi encaminhado à Delegacia de Homicídios por policiais militares e autuado em flagrante pelo crime de homicídio qualificado por motivo fútil contra Thiago Leonel Fernandes da Motta e tentativa de assassinato contra Bruno Tonini Moura, que está no hospital. Os amigos qualificaram Thiago da Motta como “um artista da imagem, muito talentoso como câmera e fotógrafo”.
Um vídeo mostra as pessoas curtindo no bar exatamente no momento dos tiros. Pelas imagens, dá pra ouvir cerca de nove disparos efetuados. A princípio, os torcedores parecem não entender o que estava acontecendo, mas logo em seguida se abaixam e buscam por proteção. Segundo testemunhas, Thiago e Bruno teriam sido baleados por conta de uma pizza brotinho. Testemunhas contam que Thiago e Bruno estavam no bar após a partida, e Thiago pediu duas pizzas brotinhos que estavam em uma estufa. Eram as duas últimas à venda.
Segundo os relatos, Thiago pegou as duas brotinhos, mas Marcelo, que alegou também ter feito um pedido, tentou pegar um dos discos da mão de Thiago. Houve um princípio de confusão, e Marcelo teria sido retirado do bar sob agressões. Uma testemunha afirma que o policial penal retornou minutos depois com uma arma e atirou nove vezes contra Thiago, que morreu na hora.
O Congresso Nacional promulgou em dezembro de 2019, em sessão solene, a Emenda Constitucional (EC) 104, que criou a Polícia Penal, órgão responsável pela segurança do sistema prisional federal, estadual e do Distrito Federal. Pelo texto, os quadros da nova corporação serão compostos pela transformação dos cargos dos atuais agentes penitenciários e equivalentes, além da realização de concursos públicos.
A proposta que deu origem à emenda foi apresentada pelo ex-senador Cássio Cunha Lima (PB), que participou da sessão. O texto foi aprovado pela Câmara dos Deputados em novembro. A emenda foi promulgada pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre, que também preside a Mesa do Congresso. Alcolumbre destacou que a proposta foi aprovada por unanimidade no Senado. “Não tenho dúvidas de que, mais uma vez, o Parlamento está fazendo o que é certo”, afirmou.
De acordo com a emenda constitucional, a Polícia Penal será vinculada ao órgão administrador do sistema penal da unidade federativa a que pertencer. No Distrito Federal, a nova polícia será sustentada por recursos da União, embora subordinadas ao governador. O Departamento Penitenciário Nacional (Depen), órgão do Ministério da Justiça, avaliou na época que a criação da Polícia Penal traz diversos benefícios para a segurança pública. Entre eles, a liberação dos policiais que hoje trabalham em presídios, que poderão voltar à suas antigas funções; a segurança externa dos presídios, a execução de atividades de caráter preventivo e ostensivo nos presídios e a padronização da atividade no País.