Sempre discreta e orgulhosa ao lado do marido em eventos públicos, a advogada Rosangela Wolff Moro, mulher do juiz Sérgio Moro, rompeu o silêncio e virou capa de revista feminina. Numa entrevista à revista Claudia deste mês, ela conta que a “ficha” em relação à Lava-Jato só caiu em agosto de 2015, mais de um ano depois do início da operação, quando viu manifestações de rua com cartazes e faixas de apoio e “personificando Sérgio como grande admirado”.
“Eu via pela TV em lágrimas. De verdade. E pensei: ‘Nossa, tenho em casa uma das engrenagens que está mudando o país (…) Quando a multidão gritou: Mooooroo, postei #emocionada. Fui à rua de verde e amarelo. Completamente no anonimato. Tanto que não repercutiu em lugar algum (…)” disse Rosangela.
Rosangela é a advogada de defesa de Moro na ação por abuso de autoridade, movida pelo ex-presidente Lula. Na entrevista, afirmou que não advoga e nem pretende atuar na área criminal, e que assumiu o caso por se tratar de uma questão pessoal.
Segundo ela, Moro não leva a Lava-Jato para dentro de casa e ela não faz perguntas sobre quem será preso, nem quanto. Informação privilegiada, explicou, só recebe quando se refere à segurança da família.
Sobre as preferências do casal, disse que são opostas. Ela gosta de assistir comédias românticas, enquanto ele prefere ler biografias. Contou que adora praia e “passar frio” na Europa e que, quando acabar a Lava-Jato, quer viajar.
“Adoro praia. E passar frio na Europa. Um passeio inesquecível foi em Jericoacoara, no Natal. Dei R$ 20 para cada filho comprar presente de amigo secreto. Passamos os quatro, com o pé na areia, comendo salada e camarão. Quando acabar a Lava-Jato, quero viajar por uns quatro meses”.
Rosangela contou ainda que dedica uma hora por dia à página “Eu Moro com ele”, no Facebook, onde posta homenagens ao marido e agradece aos fãs do juiz, que mandam bonés, santinhos, caricaturas, desenhos e mensagens de fé. Com a ajuda de uma amiga, apaga as mensagens inconvenientes. “Sempre o tive como referência e o admiro. Mas ele está apenas cumprindo seu trabalho. Essa situação incentivou outros magistrados a mostrar que o Judiciário pode ser forte.” (O Globo)