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Unidade Nacional da Grécia

A juíza de direito aposentada do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, Denise Frossard está visitando a Grécia e aproveitou para fazer um registro em vídeo mostrando a Unidade Nacional daquele pais – o Partenon, a Acrópole em Atenas. Também o Museu da Acrópole, a Praça Syntagma com o Parlamento e a troca da guarda que se dá de hora em hora defronte ao Parlamento.

A população de Atenas é de mais de 5 milhões de habitantes (1/3 da população da Grécia) . A cidade pareceu-me, no seu conjunto, feia, com prédios grudados uns aos outros e com a crise econômica, mal conservados.

Mas há uma explicação histórica para isto. A primeira decorre da desintegração do Império Otomano, logo após a I WW (World War). Assim, no que viria a ser a Turquia, houve o genocídio de Armênios, de Assírios e de Gregos, populações históricas que sempre viveram naqueles locais desde a antiguidade. Diante disto as grandes potências européias, ao fim da I WW (Primeira Guerra Mundial) decidiram que haveria uma troca de populações entre Grécia e Turquia, mas como era muito difícil saber quem era Grego e quem era Turco optou-se pelo critério da religião.

Assim, muitas famílias se dividiram – Pai Mulçumano e mãe e filhos Cristãos. Naturalmente que foi uma experiência muito traumática para todos. Esses refugiados acabaram por se estabelecer nos arredores das 3 maiores cidades da Grécia – Atenas, Tessalônica e Patras. A segunda explicação histórica vem ao fim da II WW, qdo a Grécia entrou em sangrenta guerra civil porque o acordo de Ialta não atendeu a expectativa das forças armadas de esquerda, que deram suporte aos Aliados, no sentido de que a Grécia ficaria na órbita da União Soviética, e ao contrário, a Grécia acabou por ser concedida aos Ingleses. Assim, as forças de esquerda começam a guerra civil, combatendo o Exército Nacional e os Ingleses. Essa guerra teve lugar principalmente nos campos e foi tão sangrenta e cruel que houve um êxodo do povo do campo, que mudou-se para as 3 grandes cidades, onde se sentiam mais seguros e com melhores condições de vida.

Assim, por duas vezes no Século XX, populações deslocadas chegaram às 3 maiores cidades da Grécia e surge a necessidade de se fornecer alojamento a estas pessoas. Isto também é impulsionado pela troca da família patriarcal pela família nuclear. Para enfrentar essas mudanças decidiu-se destruir os velhos bairros, vale dizer o centro histórico e construir as habitações grudadas umas às outras, para os que chegavam. Isto foi muito impulsionado à partir dos anos 50 até os 80. Foram inúmeras as incorporações desordenadas. E foram tantas as destruições dos centros históricos, que num determinado momento os governos entenderam que era preciso criar um marco comum e este marco foi reavivado no Partenon, na Acrópole em Atenas.

Assim, quem vai à Grécia tem em sua mente estes monumentos históricos, em Atenas, da mesma maneira que quem vai ao Brasil tem em sua mente o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro. Quanto à Grécia, foi uma decisão de Estado