Há quarenta anos, no dia 29 de julho de 1980, morria em São Paulo, aos 36 anos, em decorrência de derrame cerebral , um dos maiores cantores de música romântica daquela época no pais: Paulo Sérgio de Macedo, mais conhecido como Paulo Sérgio, capixaba do município de Alegre. Ele iniciou sua carreira em 1968, no Rio de Janeiro, lançando um compacto com o sucesso Última Canção. O disco obteve sucesso imediato e vendeu 60 mil cópias em apenas três semanas, transformando seu intérprete num fenômeno de vendas.
A despeito da curta carreira, Paulo Sérgio lançou treze discos e algumas coletâneas, obtendo uma vendagem superior a 10 milhões de cópias, em apenas 13 anos de carreira. Paulo Sérgio foi enterrado no cemitério do Caju , no Rio de Janeiro, a pedido de seus pais, que residiam naquela cidade e achavam melhor que Paulo Sérgio fosse ali sepultado. Ele foi enterrado ao som de Última Canção, um de seus maiores sucessos, cantada pelas mais de 150 mil pessoas que acompanharam emocionadas a cerimônia.
Primeiro filho do alfaiate Carlos Beath de Macedo e de Hilda Paula de Macedo, Paulo Sérgio, se não tivesse manifestado desde cedo o intento de tornar-se músico profissional, talvez teria se realizado como alfaiate, haja vista que aos dez anos frequentava a alfaiataria do pai, aprendendo os primeiros segredos da agulha e da tesoura. Porém, a veia artística já se desenhava cedo. Aos seis anos de idade, quando em sua cidade natal Alegre-ES, apareceram as caravanas de artistas de emissoras de rádio do Rio de Janeiro, Paulo Sérgio participou, ao fim do espetáculo, de um mini-concurso de calouros. Foi escolhido o melhor dentre vários concorrentes, passando a ser requisitado como atração especial em todas as festinhas da pequena Alegre.
Ao chegar no Rio de Janeiro, para onde a família se mudara em meados dos anos 50, a trajetória do menino Paulo ganhou uma nova conotação. Estudou no Colégio Pedro II e morava em Brás de Pina, na zona norte carioca, quando terminou o ginásio. Aos 15 anos, foi trabalhar em uma loja no bairro de Bonsucesso. Coincidência ou não, era uma loja de discos e eletrodomésticos, chamada “Casas Rei da Voz”. Como tocava bem violão, logo os amigos o incentivaram e Paulo Sérgio começou a mostrar suas composições.
Em 1972, Paulo se casa em segredo com Raquel Telles Eugênio, filha de ricos fazendeiros da pequena cidade de Castilho, interior de São Paulo. Naquele mesmo ano assina um contrato milionário com a gravadora Copacabana e muda-se definitivamente para São Paulo, terra que ele adotou como sua e que alcançou uma enorme popularidade, assim como no Rio de Janeiro. Em 1974, nasceu seu filho Rodrigo e em 1975 Paulo Sérgio estoura com o sucesso: Quero Ver Você Feliz, composta especialmente por conta do nascimento da criança. No ano de 1978, após muitas desavenças, Paulo desquita-se de sua esposa. Compra uma chácara na cidade do interior paulista de Itapecerica da Serra e decide isolar-se da vida artística. Até que em janeiro de 1980, Paulo Sérgio resolve retomar sua carreira, fazendo uma série de shows Brasil afora, principalmente pelo nordeste.
No dia 27 de julho de 1980, Paulo tem uma gravação agendada nos estúdios da TV Bandeirantes em São Paulo no programa Hora do Bolinha do apresentador Edson Cury. Paulo canta em playback dois números de seu mais recente disco e se retira dos palcos timidamente. Lá fora, na saída do Teatro Bandeirantes acontece um incidente que fora o pedestal para culminar em sua morte. Uma mulher se dizendo fã do cantor, começa a xingar Paulo Sérgio e hostilizá-lo. Ao arrancar com o seu Camaro de cor gelo a mulher ainda disposta a atormentá-lo joga uma pedra que quebra o parabrisas do seu carro. Paulo sai do carro para avaliar o prejuízo, até ser convencido por seus acompanhantes a esquecer o ocorrido e partir para os shows.
É quando Paulo começa a se queixar de dores de cabeça, mas prefere não ir ao médico. Pede a seu secretário que providencie analgésicos, toma dois de uma só vez e parte para a primeira apresentação que a faz completa. Na segunda apresentação, Paulo ao cantar a quinta música, pede desculpas ao público, diz estar se sentindo mal, com fortes dores de cabeça e que por isso irá se retirar do palco, mas que pretende terminar aquela apresentação numa próxima oportunidade. Paulo já cai desmaiado e é levado às pressas até o já extinto Hospital Piratininga, na Estrada de Itapecerica, Zona Sul de São Paulo. E encaminhado para o Hospital São Paulo, na região do Ibirapuera. Lá, entra em coma profundo e os médicos dizem que somente um milagre poderia salvar sua vida. Na tarde de terça-feira, 29 de julho de 1980, as condições clínicas de Paulo Sérgio se agravam ainda mais e os médicos constatam morte cerebral. Somente os aparelhos mantém sua respiração e naquele momento sua morte seria apenas uma questão de horas. Às 20:30, chega ao fim sua agonia: Paulo Sérgio está morto.
Vale destacar que devido a problemas de saúde, seu filho Rodrigo, que também era mágico profissional, encerrou sua carreira precocemente e faleceu recentemente com apenas 42 anos, em 2016, vítima de esclerose múltipla.