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“Uma pessoa humana inesquecível”

Se fosse vivo o jurista, jornalista, escritor e político Evandro Lins e Silva, nascido em Parnaíba, no Piaui, completaria hoje (18.01) 120 anos. Evandro faleceu aos 90 anos, no dia 17 de dezembro de 2002 ao tropeçar, cair e bater com a cabeça na calçada do aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro. Nomeado pelo ex-presidente João Goulart foi ministro do STF, ministro das Relações Exteriores, ministro-chefe da Casa Civil da Presidência da República e procurador-geral da República. Foi também advogado na área penal e lecionou direito penal na então Universidade do Estado da Guanabara, atual UERJ. Foi membro da Academia Brasileira de Letras (ABL).

Hoje, o ex-presidente nacional da OAB, Cezar Britto afirmou em sua página no Facebook que Evandro Lins e Silva foi ” um dos maiores advogados que a vida me permitiu conhecer… uma pessoa humana inesquecível… “. Cezar lembrou uma frase célebre de Evandro: ” eu tenho um vício da liberdade. Não escolho causas para defender alguém.”

Filho de Maria do Carmo Uchôa Cavalcanti e de Raul Lins e Silva, ambos pernambucanos. Sua mãe era sobrinha-neta do magistrado e jurista João Barbalho Uchôa Cavalcanti. Seu pai, bacharelado pela Faculdade de Direito de Recife em 1906, fez carreira como magistrado.

Graduou-se na Faculdade de Direito do Rio de Janeiro em 19 de novembro de 1932. Ainda estudante já trabalhava no ofício de jornalista, que manteve após formado advogado. Como advogado, especializou-se em matéria penal e desenvolveu intensa atividade profissional, até o ano de 1961, no Tribunal do Júri, nos juizados criminais, nos tribunais superiores e no Supremo Tribunal Federal, defendendo, ainda, inúmeros processos de grande repercussão, inclusive em matéria política, perante o Tribunal de Segurança Nacional e a Justiça Militar.

Em 1956, foi contratado como professor da Cadeira de História do Direito Penal e Ciência Penitenciária, no curso de doutorado, da Faculdade de Direito do então Estado da Guanabara, onde lecionou até 1961.[1]

Foi um dos fundadores do Partido Socialista Brasileiro, em 1947, juntamente com Rubem Braga, Joel Silveira, entre outros.

Foi um dos advogados responsáveis pelo pedido de impeachment do presidente Fernando Collor de Mello.

Como escritor publicou diversas obras, como A Defesa tem a Palavra, Arca de Guardados e O Salão dos Passos Perdidos, utilizou a tese de “legítima defesa da honra” na defesa de Zulmira Galvão Bueno e, posteriormente, na de Doca Street.