Os municípios de Estância ao sul, Vila Nova, hoje Neópolis, e Propriá, ao norte, Itabaiana e Lagarto, ao oeste, juntamente com a capital, São Cristóvão, davam a Sergipe os ares do progresso. O 8 de julho é uma data considerada o dia da Sergipanidade, por ser a data em que Sergipe conquistou sua emancipação política da Bahia. Em Propriá nasceu o ex-presidente do STF e do TSE, ministro aposentado Carlos Ayres Britto e em Lagarto nasceu o ex-presidente da OAB de Sergipe, Henri Clay Andrade.
Em 8 de Julho de 1820, o imperador D. João VI, sentindo-se grato com a participação da elite sergipana no processo de expansão da revolução pernambucana de 1817, decretava Sergipe independente da Bahia e nomeava Carlos César Burlamaqui para ser seu primeiro governante. O 8 de julho é uma data considerada o dia da Sergipanidade, por ser a data em que Sergipe conquistou sua emancipação política da Bahia. A data é marcada todos os anos, por diversas comemorações que envolvem o fazer cultural sergipano e a valorização do seu povo, nessa data, Sergipe comemorará 202 anos de emancipação política.
A Bahia não aceitou assim tão fácil a decisão de D. João e criou obstáculos, prendendo Carlos Burlamaqui. D. Pedro I, que assumiu depois da abdicação de seu pai e proclamou a independência do Brasil, confirmou, por Carta Imperial, em 5 de dezembro de 1822 a Carta Régia de D. João VI, reafirmando a autonomia de Sergipe. A Carta Régia que desanexou da Capitania da Bahia o território de Sergipe, emancipando-o politicamente, completa 195 anos, e é, ainda, uma referência, um marco, para a compreensão da história. Por mais que os episódios gerados pela decisão de Dom João VI ainda careçam de melhor interpretação, o 8 de julho de 1820 tem sido convertido no símbolo da liberdade, da independência, da autonomia econômica, da construção da sergipanidade.
A emancipação política de Sergipe fez nascer e crescer vilas e cidades, ocupando estrategicamente o território, como suporte das atividades econômicas. A crescente produção açucareira nas terras pretas e gordas do massapê fez de Laranjeiras e de Maruim dois centros urbanos destacados na Província, para onde convergiam as atenções. Estância ao sul, Vila Nova, hoje Neópolis, e Propriá, ao norte, Itabaiana e Lagarto, ao oeste, juntamente com a capital, São Cristóvão, davam a Sergipe os ares do progresso.
“Decreto – de 8 de Julho de 1820.
Isenta a Capitania de Sergipe da sujeição ao Governo da Bahia, declarando-a independente totalmente. Convido muito ao bom regimento deste Reino do Brasil, e a prosperidade a que me proponho elevala, que a Capitania de Sergipe de El Rei tenha um Governo independente do da Capitania da Bahia.
Hei por bem isentá-la absolutamente da sugeição em que até agora tem estado do Governo da Bahia, declarando-a independente totalmente para que o Governador della a governe na forma praticada nas mais Capitanias independentes, communicando-se directamente com as Secretarias de Estado competentes, e podendo conceder sesmarias na forma das Minhas Reaes Ordens.
Thomas Antonio de Villanova Portugal, Ministro e Secretario de Estado dos Negócios do Reino, o tenha assim entendido, e faça executar com as participações convenientes às diversas estações.
Palácio do Rio de Janeiro e 8 de julho de 1820.