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Eliane Lage, a Greta Garbo brasileira

Apesar da curta carreira cinematográfica, Eliane Lage – da família que era dona do Parque Lage, no Rio de Janeiro – foi uma das maiores estrelas da Companhia Cinematográfica Vera Cruz, o lendário complexo de estúdios cinematográficos que tentou reproduzir no Brasil o modelo de produção Hollywoodiano. Protagonista de cinco clássicos do estúdio, Eliane Lage tornou-se um ícone do cinema brasileiro, conhecida como a Greta Garbo brasileira. Há vários anos, a atriz reside em Pirenópolis (GO).

Filha de pai brasileiro e mãe britânica, Eliane Margaret Elizabeth Lage nasceu em Paris, em 16 de julho de 1928, mas veio para o Brasil com apenas seis meses de idade. Ainda muito jovem, começou a fazer trabalhos sociais na Favela Dona Marta. Posteriormente, foi estudar na Inglaterra, e de lá foi para à Grécia, onde foi voluntária em um campo de concentração de crianças gregas durante a guerra civil que assolou o país.

De volta ao Brasil em 1950, pensava em retomar o trabalho na favela Dona Marta, foi descoberta pelo cineasta inglês Tom Payne, que havia sido contratado pela Vera Cruz. Ele a convidou para um teste, e a atriz foi escolhida como protagonista de Caiçara (1950), um dos mais importantes filmes da história do cinema brasileiro. Depois do teste, aceitou fazer o filme — contrariada, pois não planejava ser atriz, mas estava apaixonada por Tom Payne, com quem se casaria em 1951, teria 3 filhos e viveria por 15 anos. Depois do sucesso de Caiçara, Tom a convenceu a filmar Ângela em Pelotas. Era o início de sua breve, porém importantíssima carreira cinematográfica.

Logo veio a consagração, em Sinhá Moça (1953), um filme no qual trabalhou ao lado de Anselmo Duarte, que valeu prêmio da crítica a Tom Payne no Festival de Berlim e consagração internacional. Em 1957, ela e Tom Payne fizeram um programa semanal de curta duração (seis semanas), A Vida com Eliane, na TV Tupi, experiência que considerou decepcionante. Era inspirado no sitcom norte-americano I Love Lucy, mas o programa durou somente seis semanas, e decepcionada com a televisão, ela nunca mais quis atuar no veículo. Na série, ela contracenava com o ator José Mercaldi, que interpretava seu marido.

Em 1959 ela estrelou Ravina (1959), dirigido pelo crítico de cinema Rubem Biáfora. Depois, ela e Tom Payne abandonaram o cinema. Eles passaram a residir no Guarujá, onde montaram um antiquário. Payne e Eliane se divorciaram em 1965. Sem nunca mais aceitar convites para atuar, ela ainda morou em Petrópolis, antes de se refugiar em Pirenópolis, em Goiás, onde vive atualmente. Em 2005 a atriz lançou sua biografia, Ilhas, Veredas e Buritis.

Eliane morou no Rio, em São Paulo, Guarujá e Petrópolis. Atualmente, Eliane vive em Pirenópolis, Goiás. Escreveu uma autobiografia, Ilhas, Veredas e Buritis, publicada em 2005 pela editora Brasiliense.