O Canal 100 foi sinônimo de cinema nos anos 70 e início dos 80. Uma espécie de “Jornal Nacional”, que passava antes dos filmes. Ninguém jamais filmou as quatro linhas como o pessoal do Canal 100. As câmeras postadas no gramado — ou na marquise do Maracanã — mostravam os jogadores como gigantes e em câmera lenta. Dava para ver as expressões, as caneladas, os dribles e os gols como se a gente estivesse em campo. Outra novidade: os cinegrafistas filmavam o público. Em especial as pessoas humildes, torcedores malvestidos, desdentados, com radinhos de pilha colados no ouvido.
Quem criou o Canal 100 foi o diretor Carlos Niemeyer, um carioca típico. Bonachão, alegre e aventureiro. Viveu uma vida momesca — até porque tinha paixão pelo carnaval — e manteve até o fim o Canal 100, passando a paixão pelo cinema para as filhas. De todo jeito, o Canal 100 é história. O Canal 100, fundado em 1957 inicialmente com o nome “Lider Cinematográfica”, funcionou até 2000. Com sede no Rio de Janeiro, o cinejornal era exibido semanalmente por todo o Brasil.
Locutores que marcaram época na narração do Canal 100: Cid Moreira, Luiz Jatobá, Paulo Cesar Pereio e por último Milton Neves.