Um projeto de lei protocolado por um vereador de Balneário Camboriú, no litoral norte de Santa Catarina, quer colocar em pauta a proibição da prática de nudismo na Praia do Pinho, considerada a primeira de naturismo brasileira, segundo a prefeitura. O município está finalizando um processo de licitação para contratar a empresa que vai formatar o Plano Diretor de Balneário Camboriú. Atualmente, o documento reconhece a Praia do Pinho como área “de prática do naturismo”. O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) recomendou que a Câmara não faça alterações pontuais na lei até que um novo Plano Diretor seja discutido. A praia é frequentada por praticantes de naturismo há 40 anos, desde o início da década de 1980, e já foi palco de campeonato de surfe.
Conforme o vereador que protocolou o projeto, Anderson dos Santos (Podemos) o local não estava cumprindo os requisitos e normas necessárias para ser considerada uma praia de naturismo, e que “as notícias locais são constantes sobre o uso indevido, imoral e inclusive ilícito do lugar”. “Notícias de orgias, pequenos roubos e furtos e muitos danos ao meio ambiente com poluição de resíduos e impactos negativos na vegetação natural. Então, passamos quase um ano colhendo estas notícias, conversando com a comunidade e chegamos a conclusão que a vontade da maioria era terminar com o naturismo e, assim, torná-la de amplo e franco acesso e permanência”, defendeu.
A Praia do Pinho é considerada a primeira de naturismo brasileira, segundo a prefeitura de Balneário Camboriú. A prática começou no início da década de 1980. O local tem cerca de 500 metros de extensão, divididos em duas pequenas faixas de areia por um rochedo, onde ficam casais de um lado e desacompanhados de outro. Possui mar com ondas fortes e é cercado por costões e vegetação. Fundada por naturistas, a Associação Amigos da Praia do Pinho foi quem implantou um código de ética para fiscalizar as atitudes dos frequentadores.