Tenho três amigos que nasceram em Anápolis, cidade goiana distante cerca de 150 kms de Brasília. Reginaldo Oscar de Castro, ex-presidente nacional da OAB e os jornalistas Valter Angelo de Lima e Ruth Simões. A cidade foi fundada em 6 de agosto de 1873 e emancipada – elevada a vila – em 15 de dezembro de 1887. A Vila de Santana das Antas foi elevada à categoria de cidade pelo Decreto-Lei nº 320 de 31 de julho de 1907, assinado pelo então presidente do estado de Goiás, Miguel da Rocha Lima, passando a ser denominada de Anápolis, sendo considerado hoje, de forma errada, como a data natalícia da cidade.
A povoação teve início em meados do século XVIII, graças ao movimento de tropeiros na região em direção às lavras de ouro das vilas próximas, como Corumbá e Meia Ponte (Pirenópolis). Os córregos e ribeirões da região ajudavam na movimentação dos tropeiros, provendo lugares de descanso e servindo referência para orientação durante as viagens. Com a exaustão dos veios auríferos, muitos destes viajantes optaram por morar na região, principalmente às margens do Ribeirão das Antas. A origem etimológica do nome está ligado a Sant’Ana, cuja capela em louvor a ela foi edificada em 1871 por Gomes de Sousa Ramos, se tornando um fator de agregação da população local.
Há correntes que defendem a origem como uma homenagem a Dona Ana das Dores de Almeida, que no ano de 1859 passava pelo local e perdeu um dos animais de carga, o qual ao ser encontrado com suas malas de carga espalhadas pelo chão, não conseguiram retirar uma delas do local, justamente uma com a imagem de Sant’Ana, levando Dona Ana a prometer erguer no local uma capela em sua homenagem, promessa cumprida por seu filho Gomes de Sousa Ramos em 1871. O sufixo polis é originário da língua grega e significa cidade. Assim, Anápolis significa literalmente cidade de Ana. Este nome foi sugerido pelo deputado Abílio Wolney em 1896 em substituição ao nome Vila de Sant’Anna das Antas, porém só foi adotado oficialmente quando a Vila foi elevada à categoria de cidade em 31 de julho de 1907.
Seu filho Gomes de Sousa Ramos foi para o local em 1870, aos 33 anos, atraído pela fertilidade da terra e pelo clima. Empreendedor, conseguiu dos moradores, devotos de Santa Ana, a doação de terras para a construção da capela e formação do patrimônio. Em 1872, um documento pedido a elevação da povoação à categoria de Freguesia, o que correspondia a paróquia, foi redigido pelo e assinado pelo padre Francisco Inácio da Luz, e também por Gomes de Sousa Ramos e mais 265 pessoas. Datado de 2 de maio de 1872, foi encaminhado ao presidente da Província de Goiás, Antero Cícero de Assis, por Gomes de Sousa, que enfrentou vários dias de viagem a cavalo para entregar o abaixo assinado na capital da província, Vila Boa, hoje Cidade de Goiás. Em 6 de agosto de 1873, o povoado foi elevado à Freguesia através da Lei Provincial nº 514, com o nome de Freguesia de Sant´Anna das Antas, desmembrada da Paróquia Nossa Senhora do Rosário.
José da Silva Batista mudou-se para a região das Antas em 28 de fevereiro de 1882, vindo de Meia-Ponte (Pirenópolis) como professor. Zeca Batista, como era conhecido, exercia também o comércio. Nesta época, a Freguesia fazia parte do território da Intendência de Meia Ponte e junto com Gomes de Sousa Ramos, lutam e conseguem a emancipação política e administrativa da Freguesia na categoria de Vila por força da Lei nº 811, de 15 de dezembro de 1887.Devido a múltiplos obstáculos, sobretudo, pelas dificuldades levantadas pelas autoridades meia-pontenses, pelo advento da Lei Áurea (1888) e pela Proclamação da República (1889), a instalação oficial da Vila só se concretizou em 10 de março de 1892, com José da Silva Batista sendo nomeado presidente da Junta Administrativa da Vila de Santana das Antas. Infelizmente, Gomes de Souza Ramos morreu em 22 de Setembro de 1889 e não viu a concretização de seu sonho.
Por meio de eleições, em 1893 o povo antense escolheu o primeiro intendente Lopo de Sousa Ramos, e o primeiro conselho municipal. Já contando com autonomia administrativa e base territorial, a Vila de Santana das Antas foi elevada à categoria de cidade pelo Decreto-Lei nº 320 de 31 de julho de 1907, assinado pelo então presidente do estado de Goiás, Miguel da Rocha Lima, passando a ser denominada de Anápolis, sendo considerado hoje, de forma errada, como a data natalícia da cidade. Na verdade, a vila passou a ter independência político e administrativa em 15 de dezembro de 1887, quando foi transformada em Vila de Santana das Antas, instalada em 10 de março de 1892.
Através do pioneirismo de Francisco Silvério de Faria e do engenheiro Ralf Colleman, a cidade passa a contar com a energia elétrica em 9 de janeiro de 1924, sendo a primeira cidade do estado a contar com este benefício. A instalação do telégrafo deu-se em 1926, a ferrovia chegou em 7 de setembro de 1935 e os telefones em 1938. Em 1927 foi fundado o Hospital Evangélico Goiano, pelo médico e missionário evangélico pernambucano de origem inglesa, Dr. James Fanstone, sendo na sua época a mais moderna instituição de saúde do centro-oeste brasileiro. Em 1939 foi fundado o Hospital Nossa Senhora Aparecida e em 1943 surge o primeiro bairro, o Jundiaí, lançado pela Companhia Imobiliária de Anápolis, de Jonas Duarte, Plácido de Campos e José Cândido Louza.
O município conta com quatro distritos e dois povoados: Distritos – Souzânia – É o distrito mais antigo de Anápolis, foi criado pela lei municipal nº 45 de 3 de agosto de 1903, com o nome de “Boa Vista das Trahyras”, depois teve seu nome alterado para Aracati e finalmente em 1943 recebeu o nome de Souzânia, em homenagem a diversos integrantes da família de Gomes de Souza Ramos que lá residiam; Interlândia; Joanápolis e Goialândia. Povoados – Miranápolis eBranápolis